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Mostrando postagens de 2016

lirovia

o poeta é só a estrada trem sem freio a viagem quem faz é o passageiro

o reino de mammon

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cada palmo de terra tem cerca e senhor sertão não tem não um maquinal compasso de prazos e horários adestra a duração balcões e vitrines encerram o desejo em jaulas de ouro nem as almas tão leves escapam ao peso das réguas do preço o corpo e a mente dia a dia se negam se entregando ao trabalho no coração dos súditos a aridez das horas a solidão dos muros

no dentro do momento

é preciso estar dentro do tempo soçobrar e delirar ao mesmo tempo e no mesmo universo dos astros que povoam nosso céu pop & cosmológico de estrelas sem fim     estar agora saber que agora todos os agoras são atravessados de precário pelos séculos dos séculos antes e depois deste momento não há nada que não seja movimento     nada permanece em si     tudo está fora de si    não há nada mais fora da hora que pensar em versos sobre a antietern idade do universo este poema se des faz em mi l ped aços arbitrá rios ao capricho de um cand ido epígono (po p)d i     l        u           i dor de tu do se des faz em l e t r a s balbu cio de am or ou brincade ira de cria nça     pueril po e ira em forma de po esia á r i a  á r i d a espaços vazios de uma galáxia um des erto ou á tomo ou alma de um roma ntico senti mental em certos assuntos (em est éticas & práticas po éticas) pertencer à primeira metade do século XX é estar mais próximo do século XIX ou XV ou de dante & ovídio &

à velocidade da luz

o caos avança nas ruas      o caos avança nas casas      zumbis vagam o deserto de asfalto ferro e cimento      ávidos por um trabalho      ávidos por um salário   anseiam uma chuva de crédito      para a colheita nos shoppings      e um farto supermercado se as bocas repetem que sim      à espera de dias melhores      os olhos se afundam no chão por dentro uma chuva de lágrimas      inunda o deserto das almas     de frio ferrugem e pó os zumbis e seus corpos lentos      lentos seus pensamentos      se perdem apodrecendo no inferno de ferro e cimento      o caos avança nos corpos      o caos avança nas mentes à velocidade da luz

Pátria amada

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beijo

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Animal Poetry

Há quem pense que o poeta pensa. Ele não pensa, costuma ser um desastre intelectual. Há quem pense que o poeta é um erudito refinado... Outros, este não, este é só um vagabundo da cultura. Ardiloso, se passa por douto. Há quem pense que o poeta tem o poder de sondar os abismos da palavra, da alma e da cidade dos homens, quando apenas vaga perdido na superfície dos mares como um pirata vil e violento, sedento por roubar o tesouro dos homens e torrá-lo em orgias nababescas. Há quem pense que o poeta é sensível… Isto ele é, mas sem sutileza. Sim, o poeta é sensível, de uma sensibilidade brutal. Poema do livro  Última Dobra .

tudo é mercado

tudo é mercado marcado demarcado todos                    nascem       predestinados ao vício          ao ócio    ao trabalho beber e se entreter depois de um dia de luta um ano uma semana de labuta gastar um pouco guardar um pouco um pouco de juventude que se vai a cada dia toda revolta    se conforma     ao conforto tudo é negócio o ócio o vício o cio a sina de todo viver a fé a fama a canção tudo é poder cálculo tesão compaixão tudo é necessidade propriedade princípio realidade tudo diz não estado domínio cidade preciso errar preciso acert ar-te Poema do livro  Popsia

chaoship

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as pessoas de bem

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é pobre porque não estudou não estudou porque não quis sem teto sem terra? sem vergonha isso sim, sanguessuga safado quer tudo de mão beijada tá precisando é de uma enxada lugar de nordestino é no nordeste de mulher é em casa de pobre é na faxina de bandido é no xadrez ou no além bala nos filhasdaputa só podia ser preto não vem pedir dinheiro aqui não seu/sua vagabundo(a) de merda trabalhar cê não quer não né? vira homem, sua bichinha sodomia é pecado, dá inferno sangue de Jesus tem poder, faz milagre, o Espírito Santo me abençoou com a prosperidade cresci por mérito próprio minha vida é trabalhar sou cumpridor dos deveres e horários, eu pago as contas em dia e os malditos impostos que o governo rouba ou dá pros vagabundos do bolsa família encherem o rabo de pinga tudo que tenho é presente de Deus agradeço a Ele e a minha família que eu amo de coração, o dinheiro é importante mas o principal é ter amor no coração eu tenho

Coisas nojentas

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de ponta cabeça

          eu não preciso ler jornais           mentir sozinho eu sou capaz                                  (raul seixas) a classe média clara esclarecida delira com curitiba uma obscura pátria facista os doutos enfeitados com a missão de defender os direitos civis se calam ou facistam os loucos com suas alucinações de gentios gentis e sociedades solidárias são os lúcidos os crentes obrigados por deus a amar e perdoar o outro sem condições odeiam os jornalistas pagos para mostrar a verdade dos bastidores dos jogos de poder ocultam os artistas que vivem de fingir mentir e inventar revelam

boas novas

o novo normal é a crise a nova paz é a guerra a nova política é o porrete a nova economia é o 1% a nova grande notícia é a mentira da grande mídia